CINE CLUBE ESPAÇO ABERTO DE BRAZLÂNDIA

Esse é o projeto Cineclube Espaço Aberto, ponto de encontro de jovens e adultos que desejam trocar experiências culturais.
As exibições são
na Biblioteca Setorial Érico Veríssimo (em frente ao Ginásio Espelho D' Água de Brazlândia)

Próximas exibições:
13/09 - CURTAS, 14/09 – LONGA-METRAGEM, 04/10 - CURTAS, 05/10 - LONGA-METRAGEM, 08/11 - CURTAS, 09/11 - LONGA-METRAGEM, 06/12 - CURTAS, 07/12 - LONGA-METRAGEM.


Aguardamos vocês!!!


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cineclube.espacoaberto@gmail.com

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Filmes da Programadora Brasil


Baile Perfumado e O Homem da Mata

Baile perfumado e O homem da Mata promovem uma mistura curiosa de gêneros ao incorporarem ficção ao retrato documental. No filme de Paulo Caldas e Lírio Ferreira, revivemos a saga do libanês Benjamin Abrahão, mascate responsável pelas únicas imagens de Virgulino Ferreira, o Lampião, quando este vivia em plena campanha no sertão nordestino. No filme O homem da Mata, de Antonio Carillho, o artista popular Zé Borba da Silva, ator, canavieiro, cantor, mateiro, compositor, pai-de-santo, artista da brincadeira folclórica, interpreta Jack, o vingador justiceiro, super-herói defensor dos canavieiros da Zona da Mata.

A Negação do Brasil e Carolina

A negação do Brasil propõe uma minuciosa investigação e análise da participação e evolução do negro na telenovela brasileira no período 1963-1997. O documentário contribui para o debate sobre o papel da mídia e a luta dos atores negros pelo reconhecimento. Acompanha este programa outro representante contemporâneo do cinema negro brasileiro, Carolina. O curta resgata liricamente o livro Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus (lançado em agosto de 1960 e reeditado oito vezes naquele ano), escrito no seu barraco numa favela paulistana, e que expõe temas atuais que precisam ser superados como a fome, o preconceito e a miséria

Cinema, Aspirinas e Urubus e O Crime da Imagem

Com equilíbrio entre forma e fundo raro para um estreante, o pernambucano Marcelo Gomes realizou uma das melhores abordagens do sertão nordestino e um dos grandes momentos do cinema brasileiro atual. O encontro entre um alemão, fugido da Segunda Guerra Mundial, e um nordestino que quer ir para a cidade grande em busca de oportunidades, rende um belo e original road-movie (filme de estrada). O diretor investe no despojamento formal, mas cria uma nova estética, resultado de um fecundo diálogo com a paisagem agreste. O sertão nordestino também é cenário do curta “O crime da imagem”, realizado por outro pernambucano, Lírio Ferreira. O filme mostra Antônio Conselheiro (Tuca Andrada) antes de se tornar o líder de Canudos.

Janela da Alma e Cego Oliveira no Sertão do seu Olhar

Os olhos são a janela da alma: este o mote do documentário de João Jardim e Walter Carvalho sobre a maneira como cegos e deficientes de visão “vêem” o mundo. O filme estrutura-se através de depoimentos, colhidos mundo afora, de personalidades como o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo Eugen Bavcar, a atriz Marieta Severo e um vereador cego. A certa altura, José Saramago afirma que somos cegos de tudo o que faz de nós um ser agressivo, egoísta e violento, num mundo de desigualdades e sofrimentos. Perfeito complemento é o curta-metragem sobre a vida do Cego Oliveira, tocador de rabeca no sertão do Ceará, dono de uma visão muito particular do mundo. Fascinante a proposta autoral de Lucila Meirelles em recorte experimental, sustentado por fotos fixas, paisagens fora de foco, cadernos de cordel, artesanato popular, tudo isso composto em sinfonia audiovisual, ao som da rabeca e da voz do Cego cearense.

Rap do Pequeno Príncipe e O Último Raio de Sol

O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas representou no ano 2000 uma bela conciliação do documentarismo tradicional brasileiro com novas formas de apreensão do real nascidas do music video e do documentário performático. Em comum entre o matador sem culpas e o baterista com consciência social, além da origem nas favelas de Recife, existe a necessidade de responder com algum tipo de vigor a um contexto de miséria e degradação das relações humanas. No centro da discussão, a lógica do justiçamento e uma pergunta que teima em não calar: somos o que nascemos ou aquilo em que nos tornamos? As mesmas questões ressurgem no curta ficcional O Último Raio de Sol, um conto catártico sobre o ócio e a arrogância de certa elite brasiliense.

Olhares Femininos

A diversidade da condição feminina em seis diferentes olhares de mulheres cineastas compõe este programa. Com a sensibilidade que marcaria a carreira posterior de sua realizadora, a cineasta Laís Bodanzky, o premiado “Cartão Vermelho” acompanha a manifestação da sexualidade de uma menina, jogadora no futebol de várzea. Exibido no Festival de Cannes, o engenhoso “Três Minutos”, de Ana Luiza Azevedo, trata de decisões que podem mudar nossa vida. A sexualidade é protagonista também de Messalina, de Cristiane Oliveira – com a particularidade de a protagonista ser deficiente visual. Na animação “Desventuras de Um Dia, ou A Vida Não é Um Comercial de Margarina”, de Adriana Meirelles, um estressante dia de trabalho ganha redenção através do amor. Uma jovem mãe tem as agruras de um duro cotidiano compensadas através do contato com sua filha em “Dalva”, de Caroline Leone. Encerrando o programa, “Estória Alegre”, de Cláudia Pucci, é baseado em texto de Anton Tchecov e retrata uma situação de risco com desfecho extremamente prazeroso.

Comédias Contemporâneas

Que o brasileiro gosta de rir, isso é mais do que sabido. E o curta-metragem tem sido um campo rico historicamente para a expressão cômica. No entanto, muitos filmes acabam fazendo desta relação o espaço para o simples contar de uma piada, deixando de lado a expressão que só a linguagem cinematográfica permite. Nessa coletânea, atravessamos o Brasil do extremo norte (Açaí com jabá) ao Sul (O oitavo selo) vendo uma série de narrativas que só extraem sua graça da possibilidade de narrar um conto cômico a partir das imagens e sons. Da realidade urbana de BMW vermelho ao ?causo? de bar de No princípio era o verbo, de uma história do passado (Dov?e Meneghetti?) ao aparato tecnológico moderno (P R Kadeia), nós podemos rir de quase tudo através do cinema destes filmes.

Bicho de Sete Cabeças

Duas histórias que têm em comum o desacerto das relações entre pais e filhos e os caminhos tortuosos que são levados a percorrer. O longa-metragem “Bicho de sete cabeças” é inspirado em fatos reais vividos por Austregésilo Carrano Bueno e contados em seu livro “Canto dos malditos” (1993). Na trama central, o equívoco do pai e da família, que leva o jovem a uma experiência trágica em manicômios. Lançado em 2001, permaneceu oito meses em cartaz nas salas de cinema, atingindo 450 mil espectadores. O documentário “O profeta das cores” – que integrou a pesquisa de Laís Bodanzky para a realização do longa “Bicho de sete cabeças” - conta a história de Antonio Nascimento Silva, cujo destino é ainda mais complicado: 20 anos entre orfanato, juizado, casas de detenção, manicômios. Até ser livre e encontrar na pintura a sua forma de expressar o absurdo da condição humana que sofreu.

Conterrâneos Velhos de Guerra

Documentário que toca em feridas não-cicatrizadas, este é um projeto que o diretor Vladimir Carvalho levou 20 anos para concluir. O consagrado documentarista paraibano – que vive há muitos anos em Brasília – aborda o período da construção da capital federal e as precárias condições de trabalho dos cerca de 50 mil operários. Com depoimentos de todas as partes envolvidas e imagens raras de arquivo, o filme deve muito à montagem de Eduardo Leone, que se debruçou sobre as 70 horas de materiais durante quatro anos, ajudando a construir um filme épico, operístico, de grande impacto.

Uma Questão de Terra

Documentaristas por vocação, Vladimir Carvalho e Manfredo Caldas irmanam-se neste olhar crítico sobre a espoliação do povo, no sertão paraibano. A Pedra da Riqueza descreve o trabalho braçal nos garimpos de xelita, para denunciar o contraste entre as formas rudimentares de exploração das jazidas e o produto resultante, o tungstênio. Uma questão de terra aborda a ocupação de terras improdutivas por fazendeiros latifundiários, destinando-as à criação de gado, em detrimento dos tradicionais moradores na região. O longa reúne depoimentos sobre ameaças de morte sofridas por trabalhadores rurais, com destaque para a memória do assassinato de Margarida, líder sindical. Denuncia ainda o recuo do texto aprovado pela Assembléia Constituinte de 1988 em relação à legislação vigente na época. Os dois filmes trazem luzes sobre explorações e conflitos rurais até hoje não superados.

Tom Zé, ou quem irá colocar uma dinamite na cabeça do século?

Programa histórico-musical que reúne documentários sobre dois músicos que nasceram em 1936 e que têm em comum a integração de sonoridades de objetos não-convencionais em suas criações. No Rio de Janeiro, o alagoano Hermeto Paschoal em seu processo de criação cuidadosamente registrado no início dos anos 1980 pelo veterano documentarista Thomaz Farkas. Em São Paulo, na virada do século, em documento bastante rigoroso - mais do que urgente - da jovem diretora Carla Gallo, o baiano Tom Zé expõe suas idéias, obsessões, fraquezas e grandezas.

Terra em Transe

Um dos grandes clássicos da cinematografia brasileira, Terra em transe acompanha os dramas de consciência de um jornalista e poeta que oscila entre diversas forças políticas que lutam pelo poder no fictício país de Eldorado. Marcado pelo tom alegórico, o filme já foi definido como “um espetáculo poético sobre o transe político”. Responsável pela consagração internacional de seu diretor, Glauber Rocha, ao receber premiações nos festivais de Cannes, Locarno e Havana, o longa-metragem chegou a ser proibido pela censura da ditadura militar, por ser considerado “subversivo e irreverente com a Igreja”. Com elenco liderado por Jardel Filho, Paulo Autran e Glauce Rocha, Terra em transe reúne ainda uma talentosa equipe técnica: Luiz Carlos Barreto e Dib Lutfi (fotografia), Sérgio Ricardo (música original) e Eduardo Escorel (montagem).

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